Archive for dezembro \24\+00:00 2007

>O tempo está acabando

24/12/2007

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Quando se fala em campanhas impressas do Greenpeace, logo vem a cabeça algo totalmente criativo e original – pelo menos é isso o que vejo por aí. No caso específico, a mensagem não poderia ser mais clara: O tempo está acabando.
Quem criou foi a agência austríaca Draftfcb Kobza.
A propósito, um Feliz Natal a todos.

>Nada se cria | 35

19/12/2007

>Alguém aí já pensou em criar uma peça para uma bebida onde o líquido acompanha alguma coisa? Se a reposta é afirmativa, podemos acreditar que o processo criativo pode de fato seguir um raciocínio lógico. Ou seja, esse negócio de chupada é uma grande maldade, quando, é claro, não se tem a intenção de economizar neurônios. Mas ainda assim, a originalidade vai pro espaço. Veja o que encontrei navegando por aí:

>O Lequetreque da Sadia

17/12/2007

>Fim de ano chegando, festas, amigos secretos, confraternizações, especiais de natal pra todo lado, mas eu – e posso dizer que todo publicitário apaixonado pela profissão – pensa logo em qual campanha vai valer a pena comentar no bar enquanto observa o layout do cardápio e pensa se aquele atendimento é conseqüência do plano de marketing daquela espelunca. Mas não vamos focar em nada muito contemporâneo, vamos apenas falar de um dos maiores ícones da propaganda brasileira: o Lequetreque.

A idéia nasceu em 1971, isso mesmo, há mais de três décadas atrás. Criado pelo publicitário Francesc Petit, simplesmente o “P” de DPZ, e também por um tal de Washington Olivetto. O conceito é muito simples, mas também muito inovador para a época. Como havia o paradigma de que comida de microondas, apesar de rápida, não tinha sabor, a agência criou um garoto-propaganda que se assemelha muito com o papa-léguas. Mas essa é exatamente a idéia que se queria transmitir: Não era preciso usar um microondas para saborear um prato em pouco tempo. O resultado disso? O frango veloz da Sadia, ou se preferir, o Lequetreque.

Eu não poderia cometer a indelicadeza de não citar o meu amigo engenheiro Sérgio Santos nesse post, afinal de contas, é graças a ele que estou escrevendo e pesquisando sobre esse grande mito. Entramos há alguns dias numa pequena discussão sobre a autoria do frango de capacete e óculos de motoqueiro, mas como é difícil um são-paulino e um corintiano entrarem num consenso, o assunto acabou aqui, no Louco não, publicitário!

Voltando ao ícone, uma curiosidade foi que na época da sua criação, o nome do personagem símbolo da marca, foi democraticamente escolhido num concurso aberto aos consumidores. Vale citar também a evolução que o desenho sofreu ao longo dos mais de 30 anos de sucesso entre os brasileiros. Hoje, o simpático Lequetreque é uma sofisticada animação em 3d que levou praticamente um ano para ser desenvolvida.

Em 1997 foi criada a Linha Clubinho da Sadia, que tinha o objetivo de aproximar a marca do público infantil. Os profissionais de marketing da Sadia e a DPZ não tiveram dúvidas em quem deveria ser o personagem principal dessa estratégia, ele mesmo, o Lequetreque. Usado em toda a comunicação visual das embalagens dos produtos e em ações que divulgavam a linha infantil.

Mas ao contrário do que muitos pensam, esses esboços ao lado não foram feitos pelo pelo Petit, e sim pelo desenhista Daniel Messias, que nos anos 70 e 80 trabalhou com o desenvolvimento do personagem. Coube mais tarde ao desenhista Alexandre Calheiros (também conhecido como Caldeirão) reformulá-lo nas cores que valem até hoje.

Na sequência, disponibilizo uma jóia rara da nossa propaganda. Trata-se de dois comerciais veiculados na época da criação do personagem, um ainda na TV preto-e-branco, e o segundo, numa campanha de sustentação já em TV colorida.

Aos que se interessaram no assunto e querem conhecer mais sobre esse personagem, recomendo uma visita ao site da DPZ e da Sadia, lá você encontra algumas curiosidades e confere toda a história.

>2008 começa agora

14/12/2007

>Hoje eu quero fazer uma coisa diferente por aqui, o que não deixa de ser bom por sinal – me refiro a fazer algo diferente. Afinal de contas, a busca pelo novo deve ser inerente a todo bom publicitário que se preze. Quero dizer que ao invés de comentar alguma peça ou ação em evidência por aí, quero transcrever alguns pontos interessantes de uma excelente palestra que acabo de assistir, não tem muito a ver com nossa área, mas vou tentar passar o que vi e gostei.

Aly Baddauhy Jr. – um sujeito extremamente pertinente no que diz – atua desde 1993 com desenvolvimento de pessoas, o que já não é tarefa para qualquer um, partindo das bizarrices que já cruzaram meu caminho. Confesso que fazia um considerável tempo que queria ouvir o que ele tinha a dizer, até por recomendação de vários colegas de trabalho. O tema não era nada animador, ou você se empolgaria com um panfleto formato 16, preto-e-branco com a foto de um sujeito semi-careca de paletó e o título: Rompendo barreiras. 2008 começa agora. Ainda assim peguei meu bloquinho de anotações, caneta e uma garrafinha de água com gás para encarar as próximas 3 horas dentro de um auditório com 800 pessoas.

Quando Alibaba (assim ele mesmo se designou algumas vezes) disse a primeira frase pensei: Estou no lugar certo. “Toda multidão é burra”, e certamente necessitou de alguns segundos de raciocínio para entender o que ele falaria na sequência. Quando estamos no meio de milhares de pessoas, a única coisa que vemos são algumas nucas num raio de cinco metros. A partir do momento em que ficamos apenas alguns centímetros acima da multidão, é possível ver 300 metros a mais. É o que alguns chamam de ângulo de observação.

É natural que as pessoas busquem uma zona de conforto, é a tendência da natureza, pois subir um primeiro degrau para ter mais visão é extremamente difícil por causa dessa maldita zona. Porém, basicamente é isso que diferencia o vencedor do perdedor. Ou você busca um padrão de excelência, ou um padrão de conveniência. A zona de conforto atrofia as pessoas de tal forma que é mais cômodo fazer apenas o que é conveniente para aquele momento, ou seja, jamais pensar, planejar, se desafiar.

O fracasso é o resultado final da somatória de pequenos erros
, e aí Baddauhy, um show-man daqueles, deu um exemplo fantástico. Se você fumar uma carteira de cigarro inteira ao mesmo tempo, provavelmente não sofrerá as conseqüências da nicotina e suas outras 4.700 substâncias tóxicas, tampouco se fumar todos os dias durante apenas um mês inteiro. Mas se você fumar todos os dias durante 30 ou 40 anos, certamente morrerá com um câncer bem no meio dos pulmões. Vamos considerar que fumar um cigarro é o pequeno erro e morrer de câncer é o fracasso. Isso significa que para fracassar, é preciso ter muita dedicação. Uma empresa não quebra do dia para noite, ela vem cometendo vários erros até chegar ao ponto crítico e fechar as portas. Em outras palavras, é isso que significa a afirmação: “O fracasso é o resultado final da somatória de pequenos erros” – repetido várias vezes pelo palestrante. A idéia é não se iludir achando que pequenos erros não são importantes por não terem efeitos negativos imediatos.

Já o sucesso é a realização progressiva de um sonho válido, ou seja, nunca pare de realizar desafios. Tente ver o sucesso como uma estrada, e não como um lugar. Trazendo para nossa área, vamos supor que quero abrir minha própria agência de propaganda. Eu me dedico a isso, junto economias e chegue lá. Pronto! Pergunto: Obtive sucesso? Sim, com certeza obtive. Mas se eu não traçar o próximo objetivo, estarei saindo dessa estrada cheia de aprendizes chamada sucesso. Eu devo almejar que minha agência tenha pelo menos 10 clientes de respeito. Quando conseguir isso, buscarei abrir uma filial no interior, e assim por diante. O que acontece com as pessoas é que elas têm como objetivo se aposentar. Pergunto: Pra quê? Para poder aproveitar a vida e depois morrer. Então pergunto novamente: por que não aproveitar a vida agora, 40 anos mais jovem? Sucesso meus amigos, é simplesmente nunca chegar lá.

Eu sempre digo uma frase que ouvi num intensivão de propaganda quando cursava o segundo semestre da faculdade de publicidade. “Você dirige sua vida”. Ninguém obrigará você a fazer absolutamente nada que não queira, nem seus pais, nem seu chefe, muito menos sua esposa. Pensando assim, tente entender que você é também o seu maior algoz. Elimine pensamentos ruins, substitua por boas lembranças e logo vai acostumar-se em dominar seu estado de espírito. Nós, criativos da publicidade, dependemos muito do estado de espírito para criar uma campanha com prazo apertado. Por isso é importante entender seu propósito, ter desafios, muitos deles. Trace metas para cada objetivo, você perceberá como é bom superar desafios, isso o motivará a perseguir ideais cada vez maiores.

A vida não é fácil, ela é simples, mas não é fácil. Acostume-se com isso. Jamais confunda sacrifício com sofrimento. Sacrifício é necessário para se alcançar o sucesso, já sofrimento é apenas passar pelas dificuldades sem saber o porquê. Só tem sucesso quem sabe aonde quer chegar, quem tem propósito. Pense nisso, você nada mais é do que a pessoa que escolheu ser. Não adianta reclamar do que você não pode controlar, controle o que está ao seu alcance e perceberá que isso fará toda a diferença no seu cotidiano.

Bom, se você chegou até aqui com a leitura desse post, significa que está gostando, tudo bem que está num formato totalmente oposto à proposta do blog, mas sempre vale a pena passar para frente uma boa teoria de como viver melhor.

Já próximo do fim da palestra, Aly disse algo deveras importante dentro desse contexto de sucesso e fracasso. Ele pediu a platéia que imaginasse como seria suas vidas dali a cinco anos. Todos fizeram o exercício mental e ele emendou: “Sua vida daqui a cinco anos está totalmente ligada às pessoas com quem irá se relacionar e aos livros que irá ler.” É impossível não ser influenciado, então que a influência seja boa.

Tenha sempre em mente que você é infinitamente maior do que qualquer desafio que possa surgir na sua vida. O ser humano nasceu para vencer, não para fracassar. Por isso, evite desistir, não importa se é abandonar a leitura de uma reportagem no meio ou trancar a faculdade no sexto semestre. Quem desiste uma vez, tende a desistir a vida inteira. O mais curioso é que algumas pessoas aprendem a justificar a desistência. Entenda que vencedores jamais desistem.

E para finalizar o raciocínio, aceite que merdas acontecem, você só precisa saber lidar com elas, vê-las como variáveis incontroláveis. Quem planeja tem futuro, quem não planeja tem destino, e acredite, não é nada bom a idéia de não ter controle sobre sua vida.

Caso se interesse em conhecer outras palestras, acesse:
www.semmaisdesculpas.com.br

>Entenda a revolução

11/12/2007

>Voltando a ativa após alguns dias de total desobediência as atualizações do blog – bem que me avisaram sobre os perigos de se ter um “sítio”. Como diria Juca Kfouri: “Crie um blog, e logo se tornará escravo dele”. A questão é que nem me passa pela cabeça abandonar esse sanatório cada vez mais familiar.
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E aproveitando a deixa, quero agradecer – digamos publicamente – ao amigo e maior incentivador desse pequeno hospício, Leandro (ou Bial), que no meu vigésimo sexto aniversário me presenteou com o delicioso e sugestivo livro “Blog, entenda a revolução“, do autor Hugh Hewitt. Obrigado! De fato, está me ajudando nessa nova paixão, só continuo não conseguindo dormir mais cedo.
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Voltando ao nosso mundo, destaco esse fantástico filme do tocador de mp3 Zune, que por sinal, é quase infinitamente inferior ao seu concorrente IPOD. Mas o que me chamou mesmo a atenção aqui foi aquela velha questão que sempre comentamos: Como as idéias abstratas e oniristas estão sendo valorizadas ultimamente! Tudo bem que isso está mais para clipe na MTV do que um comercial propriamente dito – reparem que o aparelho nem é mostrado. Quem assina a peça é a agência americana 72andSunny.

Fonte: Blogcitário